O fim de um regime político apresenta sempre sintomas, qual doença aparentemente silenciosa, mas que dá indícios que não são devidamente analisados e atacados.
O século XIX, em Portugal, foi profícuo em tumultos, logo no início, pelas invasões francesas (1807 - 1809 – 1811) e depois, pela guerra civil (1832 – 1834), que opôs os defensores do antigo regime, os absolutistas, aos defensores de uma nova visão do mundo, os liberais.
Com a vitória destes últimos e a consolidação do regime liberal, parecia que a nação iria enveredar por um percurso de reformas em áreas tão diferentes como a educação, a agricultura, a industrialização ou as vias de comunicação, numa tentativa de aproximação ao desenvolvimento dos países do centro e Norte da Europa.
No entanto, o esforço efectuado não teve em linha de conta a distância a que estávamos desses países, e a falta de um pensamento ou desígnio que traçasse a linha de rumo necessária com políticas muitas vezes erráticas e inconsequentes, a dificuldade de entendimento dos políticos da altura, contribuíram para que não se conseguisse motivar, de forma abrangente, os portugueses para a mudança.
Os sucessivos governos da monarquia liberal, a confusão quase constante nas Cortes, as revoltas populares como a revolta da Maria da Fonte, no Minho (1846) e outras, a dificuldade em mudar as mentalidades, a que não é alheio o analfabetismo da população, vão contribuir para o ruir do regime monárquico.
Apesar dos esforços, das leis e políticas, as ideias republicanas emergem e frutificam essencialmente entre a burguesia, a nova classe dirigente, com forte poder económico.
Neste contexto, se insere a primeira revolta republicana, no Porto, cidade iminentemente burguesa, a mais industrializada e comercial do país. Esta revolta, 31 de Janeiro de 1891, congregou os descontentes com o regime vigente, agravado pela capitulação do rei D. Carlos às exigências da Inglaterra no seu ultimato, dirigido a Portugal. Embora derrotados e vencidos os homens desta primeira revolta, o rastilho do fim da monarquia estava ateado, mas passariam ainda cerca de vinte anos até ao triunfo republicano em 1910.
As dificuldades, cada vez maiores, que o rei D. Carlos teve em dar resposta às exigências da nação, em implementar, através dos seus ministros, as políticas necessárias ao desenvolvimento do país que visariam a gradual eliminação da pobreza e atraso das populações rurais e urbanas, vão propiciar o minar dos alicerces da monarquia.
Aliado a uma adversa propaganda jornalística constante, o último governo monárquico, liderado por João Franco, que implementa directivas ditatoriais, será verdadeiramente “o canto do cisne” da monarquia.
O fim próximo inicia-se em 1908, com o regicídio, em que são assassinados o rei e o príncipe herdeiro. Os meses seguintes, com um rei inexperiente ao comando, são apenas o prelúdio iminente da revolução.
Esta acontece na madrugada do dia 5 de Outubro de 1910. A revolução é rápida e eficaz. Às primeiras horas desse dia, o republicano José Relvas anuncia, à varanda do edifício da Câmara Municipal de Lisboa, o fim da monarquia e o nascer de um novo regime, a República.
O século XIX, em Portugal, foi profícuo em tumultos, logo no início, pelas invasões francesas (1807 - 1809 – 1811) e depois, pela guerra civil (1832 – 1834), que opôs os defensores do antigo regime, os absolutistas, aos defensores de uma nova visão do mundo, os liberais.
Com a vitória destes últimos e a consolidação do regime liberal, parecia que a nação iria enveredar por um percurso de reformas em áreas tão diferentes como a educação, a agricultura, a industrialização ou as vias de comunicação, numa tentativa de aproximação ao desenvolvimento dos países do centro e Norte da Europa.
No entanto, o esforço efectuado não teve em linha de conta a distância a que estávamos desses países, e a falta de um pensamento ou desígnio que traçasse a linha de rumo necessária com políticas muitas vezes erráticas e inconsequentes, a dificuldade de entendimento dos políticos da altura, contribuíram para que não se conseguisse motivar, de forma abrangente, os portugueses para a mudança.
Os sucessivos governos da monarquia liberal, a confusão quase constante nas Cortes, as revoltas populares como a revolta da Maria da Fonte, no Minho (1846) e outras, a dificuldade em mudar as mentalidades, a que não é alheio o analfabetismo da população, vão contribuir para o ruir do regime monárquico.
Apesar dos esforços, das leis e políticas, as ideias republicanas emergem e frutificam essencialmente entre a burguesia, a nova classe dirigente, com forte poder económico.
Neste contexto, se insere a primeira revolta republicana, no Porto, cidade iminentemente burguesa, a mais industrializada e comercial do país. Esta revolta, 31 de Janeiro de 1891, congregou os descontentes com o regime vigente, agravado pela capitulação do rei D. Carlos às exigências da Inglaterra no seu ultimato, dirigido a Portugal. Embora derrotados e vencidos os homens desta primeira revolta, o rastilho do fim da monarquia estava ateado, mas passariam ainda cerca de vinte anos até ao triunfo republicano em 1910.
As dificuldades, cada vez maiores, que o rei D. Carlos teve em dar resposta às exigências da nação, em implementar, através dos seus ministros, as políticas necessárias ao desenvolvimento do país que visariam a gradual eliminação da pobreza e atraso das populações rurais e urbanas, vão propiciar o minar dos alicerces da monarquia.
Aliado a uma adversa propaganda jornalística constante, o último governo monárquico, liderado por João Franco, que implementa directivas ditatoriais, será verdadeiramente “o canto do cisne” da monarquia.
O fim próximo inicia-se em 1908, com o regicídio, em que são assassinados o rei e o príncipe herdeiro. Os meses seguintes, com um rei inexperiente ao comando, são apenas o prelúdio iminente da revolução.
Esta acontece na madrugada do dia 5 de Outubro de 1910. A revolução é rápida e eficaz. Às primeiras horas desse dia, o republicano José Relvas anuncia, à varanda do edifício da Câmara Municipal de Lisboa, o fim da monarquia e o nascer de um novo regime, a República.
José Relvas na varanda da Câmara Municipal de Lisboa
Maria Lígia Patacho
1 Response to O fim da Monarquia e a alvorada da República
Se não fosse professora daquele grupo disciplinar que é tão especial "O da Educação Especial", ainda estaria a tempo, pelo gosto que sinto, de poder fazer parte desse grupo de Pessoas que tão bem falam destes acontecimentos maravilhosos, de tempos passados e que de forma fascinante nos transportam a outras épocas. História, palavra ouvida desde bébé, que faz o delirio dos pequeninosd e que se mantém pela vida fora nas mais diversas formas.
Obrigada Lígia pela partilha da História da época até ao dia da Alvorada.
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